O corpo se apresenta ao conhecimento como imanência intransponível, incontornável, para os mais otimistas, objeto a ser corrigido. Mas, qual o diagnóstico do conhecimento quando se toma como perspectiva o corpo? A que se reduz o pensamento quando ele é submetido ao crivo da alcova?
A instalação proposta pretende dar uma significação a esta incômoda questão, recusando, tanto a transparência da palavra - através da qual o conhecimento se manifesta - quanto o sentimento de culpa que acompanha toda e qualquer idéia de pureza e perfeição.
Nada melhor para tratar de tais interrogações que adotar um espaço que anuncie a perspectiva de observação do problema: o banheiro. O banheiro, aqui, quer traduzir, nos limites do possível, o espaço da 'filosofia na alcova'. Lugar de visceralidade, de entranhas, lugar do que deve ser escondido, do rejeitado, do sujo, do subterrâneo e é para este lugar que convidamos o pensamento a se aventurar.
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